A rua grande foi, pouco a pouco,
deixando de ser residencial e se tornando na principal avenida comercial de
Caicó e endereço de importantes estabelecimentos bancários. De tudo, ao longo
do tempo, lá era ofertado... Nos anos 80, por exemplo, sem prejuízo de outras
lembranças, havia uma diversificada praça da alimentação que ia do caldo de
mocotó em Inês de Borges à Churrascaria Mandacaru de Joaquim Fernandes, com
direito a picolé de Severino Chorró ou do sorvete Maguary na Beijo Gelado. E a
noite, a boa mesa podia ser na lanchonete de Juarez e Rui (Bom Gosto), no
barraco de Faustino e sua tradicional carne com dois ovos ou no Kaikosão,
trailer estacionado em frente à Casa do Esporte com sanduíches que lembravam os
nomes das árvores nativas da região (juazeiro, oiticica, pereiro, etc.).
A avenida mais famosa da cidade
também era – e continua a ser – endereço da moda. Desde as bancas do Mercado
Público a lojas tradicionais de tecidos e confecções como Casa Esperança e
Neném de Cacá. Também era a avenida dos eletrodomésticos e brinquedos:
Pernambucanas; A Sertaneja; Eletrolar; J. Ribamar. Das variedades, de Cobra
Choca no Mercado, passando pelas Casas Sem Nome e Universo, ainda presentes,
ali bem perto do BANDERN. Opa! O BANDERN também era lá e tanta gente boa
trabalhava na Agência de Caicó! Aliás, também era a mesma artéria da extinta
TELERN, que tinha balcão de atendimento presencial, cabines telefônicas e
orelhões disponíveis na cidade.
A Avenida Coronel Martiniano, como
nossa maior referência comercial e metro quadrado mais caro da cidade,
abrigava, nos anos 80, estabelecimentos dos mais diversos: Supermercado
Servbem; Concessionária FIAT Brejuí; Cruz de Ouro Joias; Casa Progresso;
Chicuto dos confeitos e depois Comercial Santiago; Revistão; Livraria
Paraibana; Armazém Costa; C. Toscano & Filhos; Hotel Regente; Hotel Vila do
Príncipe; Laboratórios Manoel Dias e Inácio Gomes; Comercial Carlos Magno;
Cartório de Zé Dias; Comase; Cigarreira de Sargento Bezerra (depois, Ciriaco);
Foto de Sônia; Salão de Marli Felix; Cervejaria Mustang; Vídeo Master; O
Alumínio; Gráfica Santana; Gráfica de Pedro Neto; Gráfica Nossa Senhora do
Patrocínio; Panificadora Bonsucesso; Armazém de Bosco; Armazém de Ceuzinha;
Café Bangu; Chicão Barbeiro; Loteria Medeiros e Dantas; Barbearia de Divaldo;
Dan-Metal irrigação; Rádio A Voz do Seridó; Cine Rio Branco; Farmácia Santa
Luzia; Ciclipeças; Farmácia São Jorge; Ótica Graciosa; ASSEC, dentre tantos
outros empreendimentos. Alguns permanecem; outros foram transformados ou
fechados, mas, em todos, o tino comercial do caicoense que, diante das
adversidades, se reinventa.
Mesmo, certamente, esquecendo alguém
que ali fez história no comércio ou na prestação de serviços, lembro mais
alguns – já transformados em saudade - que atuaram em nossa mais famosa
avenida: Ademar, Severino e Bino Costa; José Cassiano; Dorgival Fernandes;
Camilo Garcia Dantas; Dirceu Pereira Fontes; Mirabeau Medeiros; Mário Viola;
Francisco Toscano; João Bosco de Medeiros; José Augusto Dias; Antonio Gomes;
Elísio Araújo, Delmiro Nery; Alci Silva; José Cícero de Azevedo... Muitos
outros empreendedores por ali passaram e tantos outros caicoenses foram
conhecidos e competentes comerciários. Todos merecem reconhecimento!
A avenida de todos os caicoenses
também é, finalmente, cenário dos acontecimentos mais importantes da cidade
(carnaval, sete de setembro, campanhas eleitorais, etc), especialmente, o lugar
de uma das mais belas fotos da Procissão de Santana, onde passos firmes ou
trôpegos se apertam na mesma caminhada em busca da velha Catedral para nela, ao
final de tudo, renovar a esperança que é comum a todos nós: "para o ano
hei de voltar!".
*FERNANDO ANTONIO BEZERRA É POTIGUAR DO SERIDÓ
FONTE – SITE
ASSESSORN. COM